domingo, 20 de setembro de 2015

CPMF ( Cidadãos pagando maracutaias federais).



Como se já não bastasse a polêmica das pedaladas fiscais, o dinheiro sujo em campanhas eleitorais, o rombo nas contas públicas,  o esquema do BNDES, o desvio de dinheiro público para benefícios próprios, as mentiras e promessas não cumpridas em redes nacionais, além dos escândalos da Petrobrás e do mensalão, o governo quer recriar o CPMF ( Contribuição provisória sobre movimentação financeira) , este que foi extinto em 2007.
O CPMF foi criado em 1993 e nasceu com o nome de IPMF  ( Imposto Provisório sobre movimentação financeira ), foi criado com o objetivo de fortalecer o caixa que passava por uma crise na saúde . Os governantes afirmavam que o imposto  seria extinto em janeiro de 1994, mas não foi o que aconteceu ,e o imposto de cheque se prorrogou de 1993 até julho de 2007 arrecadando 284 bilhões de reais aos cofres públicos. Em 1999, o dinheiro arrecadado passou a ser dividido com a previdência. Em 2001, passou  a ser dividido com o fundo de combate e erradicação da pobreza. A última prorrogação se estendeu de 2002 até 2007. Agora, em setembro de 2015, o governo quer recriar esse plano abrupto para sair de uma balbúrdia que ele mesmo criou. Não temos mais espaço para aumentar impostos. O brasileiro ainda espera uma reforma tributária socialmente justa. Um estudo feito com 30 países pelo IBPT  ( Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação ) ,  declarou que dentre os  30 países estudados, os impostos que menos se convertem em serviços para a população são os do Brasil, além de ser o país que mais paga impostos.
Os governantes fazem um alarde com o dinheiro público gastando mais  do que podem, endividam seus estados  ou o governo federal e , depois de quebrarem o Estado , querem quebrar o cidadão trabalhador alegando que a única saída para o total insolente desgoverno é aumentar os impostos- querem fazer caixa às custas dos pobres brasileiros que já trabalham 150 dias para pagar impostos diretos e indiretos- pagam impostos até pelo ar que respiram. É decerto que não precisa de CPMF para sair da miséria que se encontra o Brasil. O governo tem a OBRIGAÇÃO  de obter mais recursos para a população à medida que o PIB aumenta. Pior que pagar imposto é não ser beneficiado com ele.
A previdência e o INSS estão explodindo, as despesas subindo e nada é resolvido. Enquanto o deputado federal trabalha 3 dias por semana- ganha R $ 27.000 , sem contar com o auxílio moradia,  auxílio gasolina, passagens aéreas , dentre outros benefícios-  o trabalhador  brasileiro está se estrepando para garantir algo que o  governo tem a obrigação de oferecer, mas não oferece. Saúde precária, instituições educacionais em decadência,  segurança vil, sem contar com o transporte e o lazer que estão no exílio .
CPMF é errado, é imoral e não deveria existir.
Querem resolver a CPMF de forma simples ? Em vez de cobrar do contribuinte,  cobra dos bancos.  A cada movimentação,  eles pagam 0,20 %.
A criação de qualquer  novo imposto- seja que alíquota for- nessa altura do campeonato é razão suficiente para o declínio do país.

sábado, 12 de setembro de 2015

O silêncio da noite.

À noite escuto vozes murmurando aos meus ouvidos. Não são ruídos, nem fantasmas. Apenas gritos no silêncio da minha alma emudecida
É à noite que minha alma grita competindo com o som dos trovões, e nas noites mais escuras, as estrelas brilham com mais frequência, me mostrando qual caminho devo seguir.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Fora de mim.

Entre pedregulhos, flores e  espinhos, me encontrei iniciando uma jornada homérica, longa e empreita numa vasta floresta. Estava descalça, desprovida de vestes , tinha apenas a transparência da minha alma suja de carmim.
Um cheiro de murta exalava por todo ambiente, misturado ao cheiro das flores que me tornava mais pachorrenta. Contudo,  algo foi mais forte que o aroma inebriante, e de pachorrenta me tornei atordoada... Impulsivamente, olhei para todos os lados, louvando com clamor toda a paisagem que me circundava. De repente, comecei a gritar, mas o meu grito era uma bela melodia que se disputava com o cantar dos passarinhos. A minha dança, por sua vez, se trancafiava  ao embale do sussurro do mar, o qual não estava calmo, muito menos manso, mas atordoado como se algo o tornasse vil.
Em meio aos arrulhos,  continuei a gritar, cantar e a dançar quando, de repente,  me encontrei à tessitura. Foi mágico , uma verdadeira utopia. Consegui fazer dum lugar macabro, totalmente abandonado que se assemelha à tristeza, o meu palco de dança.
Ao lado direito, tinha um enorme caramanchão,  que tinha frutos, sim, eu vi frutos. Em seguida, me senti tentada a devorá-los como a Eva se sentiu com a maçã do éden.
Ao lado esquerdo, tinha um enorme mar aberto que parecia me acalentar com sua estúpida avareza.  No momento, não soube para qual lado partir, e meu coração, um tanto quanto puro, se viu pretuberante. De repente, avistei um enorme barranco, então eu subi, e subi, e subi. ..Parecia não ter fim. Repentinamente, uma voz tenebrosa gritava com tanta intensidade : "Vamos, saia daí!" Um lugar decerto abandonado ainda tinha pessoas? Foi o que passou pela minha mente. Me sentia perdida, mas ao mesmo tempo me encontrava naquele lugar que gradativamente se sintonizava ao meu estado de espírito. Não soube para qual lado partir. E se a voz que estava clamando para que eu me retirasse fosse dona de uma alma traidora e cruel? E se eu andasse um pouco mais para frente, o que aconteceria comigo? Não pensei novamente e andei abruptamente para a frente. Subitamente, não senti mais os meus pés , senti apenas um tremendo frio na barriga, e olhando para baixo, me senti cada vez mais próxima dum mar aberto. Eu não sabia nadar, mas adorei voar. Viajei para bem longe de mim , ainda  não tenho a certeza se voltei.