CPMF ( Cidadãos pagando maracutaias federais).

Como se já não bastasse a polêmica das pedaladas fiscais, o dinheiro sujo em campanhas eleitorais, o rombo nas contas públicas,  o esquema do BNDES, o desvio de dinheiro público para benefícios próprios, as mentiras e promessas não cumpridas em redes nacionais, além dos escândalos da Petrobrás e do mensalão, o governo quer recriar o CPMF ( Contribuição provisória sobre movimentação financeira) , este que foi extinto em 2007.
O CPMF foi criado em 1993 e nasceu com o nome de IPMF  ( Imposto Provisório sobre movimentação financeira ), foi criado com o objetivo de fortalecer o caixa que passava por uma crise na saúde . Os governantes afirmavam que o imposto  seria extinto em janeiro de 1994, mas não foi o que aconteceu ,e o imposto de cheque se prorrogou de 1993 até julho de 2007 arrecadando 284 bilhões de reais aos cofres públicos. Em 1999, o dinheiro arrecadado passou a ser dividido com a previdência. Em 2001, passou  a ser dividido com o fundo de combate e erradicação da pobreza. A última prorrogação se estendeu de 2002 até 2007. Agora, em setembro de 2015, o governo quer recriar esse plano abrupto para sair de uma balbúrdia que ele mesmo criou. Não temos mais espaço para aumentar impostos. O brasileiro ainda espera uma reforma tributária socialmente justa. Um estudo feito com 30 países pelo IBPT  ( Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação ) ,  declarou que dentre os  30 países estudados, os impostos que menos se convertem em serviços para a população são os do Brasil, além de ser o país que mais paga impostos.
Os governantes fazem um alarde com o dinheiro público gastando mais  do que podem, endividam seus estados  ou o governo federal e , depois de quebrarem o Estado , querem quebrar o cidadão trabalhador alegando que a única saída para o total insolente desgoverno é aumentar os impostos- querem fazer caixa às custas dos pobres brasileiros que já trabalham 150 dias para pagar impostos diretos e indiretos- pagam impostos até pelo ar que respiram. É decerto que não precisa de CPMF para sair da miséria que se encontra o Brasil. O governo tem a OBRIGAÇÃO  de obter mais recursos para a população à medida que o PIB aumenta. Pior que pagar imposto é não ser beneficiado com ele.
A previdência e o INSS estão explodindo, as despesas subindo e nada é resolvido. Enquanto o deputado federal trabalha 3 dias por semana- ganha R $ 27.000 , sem contar com o auxílio moradia,  auxílio gasolina, passagens aéreas , dentre outros benefícios-  o trabalhador  brasileiro está se estrepando para garantir algo que o  governo tem a obrigação de oferecer, mas não oferece. Saúde precária, instituições educacionais em decadência,  segurança vil, sem contar com o transporte e o lazer que estão no exílio .
CPMF é errado, é imoral e não deveria existir.
Querem resolver a CPMF de forma simples ? Em vez de cobrar do contribuinte,  cobra dos bancos.  A cada movimentação,  eles pagam 0,20 %.
A criação de qualquer  novo imposto- seja que alíquota for- nessa altura do campeonato é razão suficiente para o declínio do país.

O silêncio da noite.

À noite escuto vozes murmurando aos meus ouvidos. Não são ruídos, nem fantasmas. Apenas gritos no silêncio da minha alma emudecida
É à noite que minha alma grita competindo com o som dos trovões, e nas noites mais escuras, as estrelas brilham com mais frequência, me mostrando qual caminho devo seguir.

Fora de mim.

Entre pedregulhos, flores e  espinhos, me encontrei iniciando uma jornada homérica, longa e empreita numa vasta floresta. Estava descalça, desprovida de vestes , tinha apenas a transparência da minha alma suja de carmim.
Um cheiro de murta exalava por todo ambiente, misturado ao cheiro das flores que me tornava mais pachorrenta. Contudo,  algo foi mais forte que o aroma inebriante, e de pachorrenta me tornei atordoada... Impulsivamente, olhei para todos os lados, louvando com clamor toda a paisagem que me circundava. De repente, comecei a gritar, mas o meu grito era uma bela melodia que se disputava com o cantar dos passarinhos. A minha dança, por sua vez, se trancafiava  ao embale do sussurro do mar, o qual não estava calmo, muito menos manso, mas atordoado como se algo o tornasse vil.
Em meio aos arrulhos,  continuei a gritar, cantar e a dançar quando, de repente,  me encontrei à tessitura. Foi mágico , uma verdadeira utopia. Consegui fazer dum lugar macabro, totalmente abandonado que se assemelha à tristeza, o meu palco de dança.
Ao lado direito, tinha um enorme caramanchão,  que tinha frutos, sim, eu vi frutos. Em seguida, me senti tentada a devorá-los como a Eva se sentiu com a maçã do éden.
Ao lado esquerdo, tinha um enorme mar aberto que parecia me acalentar com sua estúpida avareza.  No momento, não soube para qual lado partir, e meu coração, um tanto quanto puro, se viu pretuberante. De repente, avistei um enorme barranco, então eu subi, e subi, e subi. ..Parecia não ter fim. Repentinamente, uma voz tenebrosa gritava com tanta intensidade : "Vamos, saia daí!" Um lugar decerto abandonado ainda tinha pessoas? Foi o que passou pela minha mente. Me sentia perdida, mas ao mesmo tempo me encontrava naquele lugar que gradativamente se sintonizava ao meu estado de espírito. Não soube para qual lado partir. E se a voz que estava clamando para que eu me retirasse fosse dona de uma alma traidora e cruel? E se eu andasse um pouco mais para frente, o que aconteceria comigo? Não pensei novamente e andei abruptamente para a frente. Subitamente, não senti mais os meus pés , senti apenas um tremendo frio na barriga, e olhando para baixo, me senti cada vez mais próxima dum mar aberto. Eu não sabia nadar, mas adorei voar. Viajei para bem longe de mim , ainda  não tenho a certeza se voltei.

A velha política.

Pão e circo
Circo e pão
Com muita confusão
Choradeira e lamentação

Política opressora
Sem caráter e traidora
População ignorante
Inócua e dilacerante

Nosso pão e circo
É a bolsa família e o futebol
Oferecendo besteirol
Com compacta colusão
Manipulando a população

Temos que deliberar
E na corja cruel não mais votar

Se você não dificultar
Nada vai mudar
Esta velha política vai estar sempre a singrar.

Maiana da Silva. 10/05/15

Amor em extinção.

Você sente vontade de doar-se a um alguém? Aposto que sim. Todo mundo teve, tem ou terá vontade de amar; do mais sensível ao mais carrasco. Eu sei... É difícil acreditar no amor hoje em dia. As pessoas não sabem o verdadeiro significado de um "Eu te amo". Simplesmente soltam estas três palavrinhas ao vento e deixam-nas voar para bem longe...
Sortudo é aquele que ama e é amado. Sortudo é aquele que sabe o que é amar. Acredito que você já desacreditou no amor. Porque é isso que as pessoas fazem: magoam, traem o coração de outrem e destroem a esperança daquele que ousava acreditar nesse lindo sentimento.
Ah, meu amigo... Se você encontrou alguem que o completou e o ama, tem muito o que agradecer, pois o amor tornou-se coisa rara.
Amar, hoje em dia, dizem ser feio, dizem ser para os fracos. Mas eu sempre vou repelir : amar é para os fortes, para quem é rico de espírito. Feio é não amar.

Maiana da Silva.  04/01/2015

A alma da corrupção é o povo sem educação!

A História repete-se sempre, pelo menos duas vezes - disse Hegel. Karl Marx acrescentou : a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa...

É impressionante como o Estado é ardiloso e tergiversa a população brasileira para que não haja conscientização da verdadeira situação em que se encontra nosso país.
Em Roma, enquanto grande parte da população vivenciava um período de fome, epidemias e violência, a elite dominante, incomodada com a situação, mandou construir o Coliseu, local onde promovia o espetáculo (CIRCO), que se apresentava na forma de arena- onde homens e animais digladiavam-se até a morte de um dos competidores. Este espetáculo servia para desviar a atenção da população em relação aos problemas sociais presentes naquela época. Durante o tempo em que a população assistia ao evento, era-lhe oferecido alimentos (PÃO).
Esquecendo-se da sua miséria, mesmo que nada mudasse significativamente em suas vidas, naquele momento, o povo enxergava uma oportunidade de ser "feliz", bem como saciar um pouco de sua fome.
Hoje, ao invés das arenas cheias de gladiadores, temos  " BOLSA FAMÍLIA, O CARNAVAL e o FUTEBOL " , além da mídia, que embora não seja totalmente alienada, também tem o intuito de nos manter desligados da atual situação política, econômica e social do nosso país.
Podemos dizer que o Carnaval e o Futebol tornaram-se o ópio do povo. Através deles, o governo camufla certos problemas econômicos e sociais. No momento em que estamos na euforia atrás de um trio elétrico, ou gritando "GOL" em uma simples partida de futebol , deputados e senadores estão outorgando leis absurdas, que na maioria das vezes, não nos favorece - acarretando problemas seríssimos para nós, cidadãos.
Contando também com o dinheiro público altíssimo utilizado para os 7 dias de festa.
Os investimentos na Copa do Mundo de 2014 , especialmente em relação aos estádios, não trouxe muitos legados econômicos. Se era para impulsionar a economia com o dinheiro do povo que paga impostos e mais impostos, por que não investiu em escolas e hospitais?
Não sou contra o futebol, não sou contra o carnaval. Sou contra a forma que tornaram-se indústrias de entretenimento e farsa para a corrupção. Os ingleses são tão fanáticos em futebol, quanto os brasileiros, a Suécia dedica 6 dias à comemoração de Festa dos Santos (  equivalente à nossa festa junina)- nem por isso, nenhum desses dois países são subdesenvolvidos e atrasados como o Brasil.
O problema de toda essa política pérfida, está na educação. Quanto mais o povo for culto, mais difícil será o governo. Não é à toa que o Brasil é 60º de 76 países em ranking de educação. Educação é liberdade! Um país consciente e instruído, alcança o sucesso almejado. Quando investe-se em educação, gera cidadãos críticos, que são cientes das injustiças, fiscalizam e cobram das autoridades, quando não investe-se, gera marionetes controladas, conformadas, manipuladas pela política do "PÃO e CIRCO" .
O pior de todos é aquele que estufa o peito dizendo que odeia política, o alienado dessa corja. Nos tornamos alienados quando não tomamos conhecimento dos problemas sociais, desprezando nossos próprios direitos enquanto cidadão.
Na medida que o tempo passa, se continuarmos a nos contentar com o "pouco" ou o "quase nada", ouviremos sobre o alto índice de desemprego, sobre o abandono escolar coexistindo com mais de 35.000 vítimas da exploração infantil, sobre a morte na fila dos hospitais- nas mãos dos criminosos, na desgraça da população, na péssima qualidade de vida.

Quanto mais "Pão e Circo" e menos educação, maior a calamidade do nosso país.
- Maiana da Silva .