sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Tire seu racismo do meu caminho que eu quero passar com a minha cor. Georges Najjar Jr

127 anos se passaram desde a Abolição da Escravatura, mas em pleno século XXI, o Brasil, país da “democracia e alegria", ainda é palco de milhares de demonstrações de preconceito racial.
De forma sutil ou agressiva, o fato é que, num país MESTIÇO, a origem e a raça ainda pesam na consciência e na atitude de muitos.

O  negro na história do nosso país foi identificado como “coisa”, como um instrumento de trabalho ou como objeto de prazer, forjado para o deleite dos detentores do monopólio do poder.  Esta é a construção histórica da exclusão e da indiferença, muitas vezes de forma bem engendrada, alegre, irreverente e sutil, porém, bem estereotipada.
Volta e meia surge nas páginas dos jornais, em sites noticiários, nas telas de televisão, e agora, de uma forma mais arrebatadora, em redes sociais a tal repugnável prática do racismo. A mídia é uma das percursoras para essa prática tão abominável. Se tivermos a mínima atenção nas novelas  produzidas e televisionadas pela grande mídia, iramos reparar a  considerável parcela de seus atores negros, historicamente, interpretam papeis bem característicos, tais como, empregadas, serviçais, motoristas, posto ao que disse Nilo Batista:  integrantes da classe dos “Punidos e mal pagos"
 Porém, o que muitas vezes é dito como sendo e tratado como crime de racismo, nada mais é que uma injuria racial, não que eu queira dizer que isso diminua ou banalize o sórdido ato do preconceito racial, étnico, cultural  religioso, seja ele qual for.
Não podemos negar NUNCA que o racismo nasce das nossas simples atitudes. É vero que se estiver numa rua deserta e um negro passar correndo, você, automaticamente irá pensar que é ladrão ou qualquer tipo de pessoa sem boa índole. Já um branco, irá achar que está fazendo cupper.

O preconceito é um dos piores problemas sociais da nossa atualidade. É uma das manifestações mais abomináveis que o ser humano pode fazer.  Maltratar  alguém devido à cor da pele é um ato de ódio. E o pior de tudo é que, por mais que se combata esta prática criminosa, atos de racismo têm aumentado cada dia mais nos últimos tempos no Brasil. O país está cheio de casos recentes de manifestações racistas que comprovam que o Brasil não tem nada a ver com a “Democracia racial” com que alguns estudiosos festejavam a miscigenação e a convivência das raças por aqui. Pois o Brasil é, sim, um país preconceituoso. Sendo mais realista, ainda é um país primitivo.
Como vocês devem saber, muitos destes casos têm ido parar na Justiça.
E este é o caminho correto para qualquer pessoa que sofra discriminações racistas.   A descriminação de cor, gênero, região ou raça não deve ser encarada como uma atitude ingênua e inofensiva. Quem já foi vítima de descriminação, sabe equilatar perfeitamente o quanto ela é perniciosa ao ponto de causar grandes lacunas nos relacionamentos interpessoais. Vale ressaltar que o racismo não é um fenômeno cultural e nem é esporádico.
O preconceito flutua por todas as camadas e classes sociais. Muitas vezes, vindas pelos próprios negros. Muitas brincadeiras tidas como de mau gosto apenas camuflam atitudes preconceituosas. São formas veladas de preconceito quando dizemos que determinado fulano é violento porque nasceu em certa região;  quando no sul e sudeste do Brasil uma ação errada e taxada como “baianada”, etc. É o famoso estereótipo. O racismo é um crime inafiançável e imprescritível: Art. 5º, XLII da Constituição Federal.
O racismo não é fruto da ignorância. Todo racista sabe que suas concepções estão à margem da verdade e é um pré conceito, apenas um conceito antecipado. O grande poeta chileno Pablo Neruda foi muito feliz quando combateu o racismo com a seguinte frase: a sombra é sempre negra, nem que seja de um cisne branco!  As práticas de racismo e descriminação são inerentes ao ser humano. Devemos compreender que existe apenas uma raça, a humana e que as diferenças devem nos unir e não nos separar.  O racismo é a total falta de humildade, de humanidade e de discernimento! É um ódio irracional baseado na aversão a outras raças, credos e religiões. Não pode haver igualdade enquanto houver distinção. A consciência que devemos ter é que só existe uma raça: a raça humana.   É obrigação de todos nós a luta sem trégua para que esse mal seja extirpado do nosso convívio. Devemos viver sem fazer acepção das pessoas por causa da sua cor, raça, gênero, classe social ou escolha sexual. Que o racismo e toda forma de descriminação possam ser banidos para sempre da nossa sociedade.

Para finalizar,como diria o sábio Albert Einstein:
Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.